8 de setembro de 2013


Saudade.

Como as ruas que guardam lembranças e pessoas, essa continua aqui guardando você e as lembranças que você me deu e ainda estirado no asfalto está um sentimento atropelado pelo caminhão da tua mudança.
Essa não é uma carta de amor para dizer o quanto eu odeio essa distancia entre nós, mas sim pra dizer o quanto eu sinto a tua falta. Não daquela maneira melodramática de sentir falto dos teus olhos, do teu sorriso, da tua risada, do teu cabelo bagunçado e da tua barba mal feita, claro que sinto, sinto muita falta disso também. Mas sinto falta muito mais de estar com você, de gastar meu tempo conversando sobre a vida com você, de ficar bêbada do teu lado e te fazer rir, você me fazer rir, você insistir para que eu não vá embora, pra ficar só mais um pouco.
Sinto falta do que eu sou quando estou com você, porque eu me perdi para sempre nos lençóis da tua cama e nunca mais me encontrei em qualquer lugar no mundo e mesmo que eu me procure por aí, sei que o ultimo lugar em que eu estive de verdade foi nos teus braços.
E isso tudo não é bom, isso tudo é triste.
Eu não quero passar a vida inteira sendo tua sem ter você, esperando você voltar a cada três ou quatro meses e não te pedir, mas implorar dentro de mim pra você ficar mais um pouco e depois ficar sentindo saudade tua, porque é isso, a única coisa que eu ainda sinto viva dentro de mim é essa saudade que insiste em ficar quando você vai. Mas eu também não quero não passar a vida inteira sendo tua.
Então, enquanto você não volta, eu me alimento dos restos que você deixou aqui. Não consigo amar mais ninguém, não porque te amo e nem porque te espero, mas porque ninguém me faz sentir uma felicidade infinda como você me faz numa mescla com a tristeza que me causa a tua partida.
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