Como as ruas
que guardam lembranças e pessoas, essa continua aqui guardando você e as
lembranças que você me deu e ainda estirado no asfalto está um sentimento
atropelado pelo caminhão da tua mudança.
Essa não é uma
carta de amor para dizer o quanto eu odeio essa distancia entre nós, mas sim
pra dizer o quanto eu sinto a tua falta. Não daquela maneira melodramática de
sentir falto dos teus olhos, do teu sorriso, da tua risada, do teu cabelo
bagunçado e da tua barba mal feita, claro que sinto, sinto muita falta disso
também. Mas sinto falta muito mais de estar com você, de gastar meu tempo
conversando sobre a vida com você, de ficar bêbada do teu lado e te fazer rir,
você me fazer rir, você insistir para que eu não vá embora, pra ficar só mais
um pouco.
Sinto falta do
que eu sou quando estou com você, porque eu me perdi para sempre nos lençóis da
tua cama e nunca mais me encontrei em qualquer lugar no mundo e mesmo que eu me
procure por aí, sei que o ultimo lugar em que eu estive de verdade foi nos teus
braços.
E isso tudo não
é bom, isso tudo é triste.
Eu não quero
passar a vida inteira sendo tua sem ter você, esperando você voltar a cada três
ou quatro meses e não te pedir, mas implorar dentro de mim pra você ficar mais
um pouco e depois ficar sentindo saudade tua, porque é isso, a única coisa que
eu ainda sinto viva dentro de mim é essa saudade que insiste em ficar quando
você vai. Mas eu também não quero não passar a vida inteira sendo tua.
Então, enquanto
você não volta, eu me alimento dos restos que você deixou aqui. Não consigo
amar mais ninguém, não porque te amo e nem porque te espero, mas porque ninguém
me faz sentir uma felicidade infinda como você me faz numa mescla com a
tristeza que me causa a tua partida.
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