2 de junho de 2013


Amanhã.

Tempos atrás você seria a primeira pessoa da qual eu sentiria falta depois de muito tempo sem ver. E mesmo negando, mesmo com um sorriso brilhante no rosto e uma imensa demonstração de força, eu estaria morrendo.
Tempo atrás eu fingia não te amar. E era muito mais fácil fingir não te amar do que te amar de verdade, mas agora eu percebo que não amar dói muito mais do que amar.
Estamos a uma distancia agradável para quem não se vê e se toca há tanto tempo. Teu sorriso ainda é o mesmo e meu corpo ainda reage da mesma forma na presença do teu. Estamos em silencio como nas vezes em que você acabava de acordar e apenas me olhava e eu te olhava de volta.
Você diz que me ama agora uma ou duas vezes por mês e isso dói demais. Eu te amava tanto um tempo atrás.
Agora uma ou duas vezes por semana eu tento lembrar como era gostar de você e de como era não me apaixonar por ninguém mais porque estava apaixonada por você.
Um dia, não há muito tempo, você me perguntou se eu ainda gostava de você e eu não soube responder, mas a resposta ainda era sim. Agora eu já não sei. Eu tive medo de continuar gostando de você mesmo quando tudo acabasse, mesmo quando tua presença já não fosse diária e tuas besteiras já não fizessem mais parte da minha noite. Enfim percebi que o que me manteve apaixonada por você durante três anos a fio foi a tua presença e não exatamente você.
Você não vale, nem nunca valeu a minha atenção e o meu sentimento mais forte por você.
Quando agora eu fecho os olhos e ainda tento te amar um pouquinho, eu não consigo mais. Ainda que eu saiba que no fundo te amo e que preciso de você. Tudo que eu consigo pensar é que você sempre vai ser o cara que não deu valor ao meu mais nobre e profundo sentimento e que eu também não soube dar valor. Talvez, da tua maneira estranha de ser, você me amasse explicitamente, mas eu nunca soube reconhecer.
Agora uma ou duas vezes por mês você diz que me ama e diz que eu ainda te amo também. Não discordo e também não concordo com você, o meu sentimento é ainda sublime, mas creio não ser nada além de uma lembrança.
Se amanhã você ainda me amar, me contate, me mande sinal de fumaça, me ligue, me chame, me ame. De repente sentindo o teu amor, eu possa voltar a sentir vivo o meu.
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