2 de outubro de 2013
Pós guerra.
Você é o único brilho que ainda resta em mim, a única vontade que eu ainda tenho de amar, mesmo que a ti eu não possa, você é a única coisa boa que ainda resta dentro do meu peito pós guerra, é como se você fosse a ultima flor da primavera no meu jardim no inverno.
Você é o meu mais nobre problema, o meu pesadelo e meu sonho, o meu desejo e o meu vomito, o meu boa noite ausente e o meu melhor bom dia.
Eu queria tanto que você erguesse a bandeira branca dentro de mim, mas você está começando outra guerra, vai acumular meus destroços e me deixar mais ferida, mais morta.
Não morre em mim, não morre nessa guerra, não pinta com o teu sangue os meus destroços descoloridos e cinzas, não enche o meu vazio com o teu corpo frio e desfalecido. Não me engana, se não for me amar, não finja que me ama e se for pra me amar, deixe isso pra lá, você nem pode.
8 de setembro de 2013
Saudade.
Como as ruas
que guardam lembranças e pessoas, essa continua aqui guardando você e as
lembranças que você me deu e ainda estirado no asfalto está um sentimento
atropelado pelo caminhão da tua mudança.
Essa não é uma
carta de amor para dizer o quanto eu odeio essa distancia entre nós, mas sim
pra dizer o quanto eu sinto a tua falta. Não daquela maneira melodramática de
sentir falto dos teus olhos, do teu sorriso, da tua risada, do teu cabelo
bagunçado e da tua barba mal feita, claro que sinto, sinto muita falta disso
também. Mas sinto falta muito mais de estar com você, de gastar meu tempo
conversando sobre a vida com você, de ficar bêbada do teu lado e te fazer rir,
você me fazer rir, você insistir para que eu não vá embora, pra ficar só mais
um pouco.
Sinto falta do
que eu sou quando estou com você, porque eu me perdi para sempre nos lençóis da
tua cama e nunca mais me encontrei em qualquer lugar no mundo e mesmo que eu me
procure por aí, sei que o ultimo lugar em que eu estive de verdade foi nos teus
braços.
E isso tudo não
é bom, isso tudo é triste.
Eu não quero
passar a vida inteira sendo tua sem ter você, esperando você voltar a cada três
ou quatro meses e não te pedir, mas implorar dentro de mim pra você ficar mais
um pouco e depois ficar sentindo saudade tua, porque é isso, a única coisa que
eu ainda sinto viva dentro de mim é essa saudade que insiste em ficar quando
você vai. Mas eu também não quero não passar a vida inteira sendo tua.
Então, enquanto
você não volta, eu me alimento dos restos que você deixou aqui. Não consigo
amar mais ninguém, não porque te amo e nem porque te espero, mas porque ninguém
me faz sentir uma felicidade infinda como você me faz numa mescla com a
tristeza que me causa a tua partida.
2 de junho de 2013
Amanhã.
Tempos atrás você seria a primeira
pessoa da qual eu sentiria falta depois de muito tempo sem ver. E mesmo
negando, mesmo com um sorriso brilhante no rosto e uma imensa demonstração de
força, eu estaria morrendo.
Tempo atrás eu fingia não te amar. E
era muito mais fácil fingir não te amar do que te amar de verdade, mas agora eu
percebo que não amar dói muito mais do que amar.
Estamos a uma distancia agradável
para quem não se vê e se toca há tanto tempo. Teu sorriso ainda é o mesmo e meu
corpo ainda reage da mesma forma na presença do teu. Estamos em silencio como
nas vezes em que você acabava de acordar e apenas me olhava e eu te olhava de
volta.
Você diz que me ama agora uma ou duas vezes por mês e isso dói demais. Eu
te amava tanto um tempo atrás.
Agora uma ou duas vezes por semana eu
tento lembrar como era gostar de você e de como era não me apaixonar por
ninguém mais porque estava apaixonada por você.
Um dia, não há muito tempo, você me
perguntou se eu ainda gostava de você e eu não soube responder, mas a resposta
ainda era sim. Agora eu já não sei. Eu tive medo de continuar gostando de você
mesmo quando tudo acabasse, mesmo quando tua presença já não fosse diária e
tuas besteiras já não fizessem mais parte da minha noite. Enfim percebi que o
que me manteve apaixonada por você durante três anos a fio foi a tua presença e
não exatamente você.
Você não vale, nem nunca valeu a
minha atenção e o meu sentimento mais forte por você.
Quando agora eu fecho os olhos e ainda
tento te amar um pouquinho, eu não consigo mais. Ainda que eu saiba que no
fundo te amo e que preciso de você. Tudo que eu consigo pensar é que você
sempre vai ser o cara que não deu valor ao meu mais nobre e profundo sentimento
e que eu também não soube dar valor. Talvez, da tua maneira estranha de ser,
você me amasse explicitamente, mas eu nunca soube reconhecer.
Agora uma ou duas vezes por mês você
diz que me ama e diz que eu ainda te amo também. Não discordo e também não
concordo com você, o meu sentimento é ainda sublime, mas creio não ser nada
além de uma lembrança.
Se amanhã você ainda me amar, me
contate, me mande sinal de fumaça, me ligue, me chame, me ame. De repente
sentindo o teu amor, eu possa voltar a sentir vivo o meu.
10 de março de 2013
Say goodbye to me tonight.
Não sei se você guarda lembranças,
mas eu ainda lembro. Sei que no fundo do meu peito eu guardo historias e
momentos, guardo o agora e o que passou há muito tempo.
Faz um ano nesse exato momento, que
meus lábios colidiam com os teus num "finalmente". Faz um ano que eu
segurava tua mão com um gigante contentamento fugindo da minha alma.
Vão ser duas semanas extremamente difíceis
agora, talvez não duas semanas, talvez só hoje que doa tanto, talvez amanhã não
doa mais e se doer, sei que posso suportar.
Mas quer saber? Agora faz um ano, a
dor mais forte já se foi há alguns meses, eu já respiro tranquila. Ainda
procuro motivos pra te odiar o suficiente pra nunca mais te amar nem um
pouquinho. Sei que nunca vai acontecer, ainda amo tudo que a gente passou,
ainda amo o que você era quando te conheci e você nunca vai ser outro cara, vai
ser sempre aquele, porque nunca mais te conheci de outra forma.
Vou sentir falta por hoje não ser o
passado, vou sentir falta por hoje não ser o dia que eu estava feliz nos teus
braços, vou sentir falta hoje de você. Porque pelo menos hoje eu tenho direito
de sentir falta de tudo que aconteceu há um ano.
Hoje eu sinto tua falta, porque hoje
no passado eu tinha você, mas os dias passam, os anos passam e hoje no presente
eu estou sozinha pensando no passado em que eu te abraçava forte e sentia por
você algo que agora não sinto tão forte.
Tudo o que eu posso dizer é que um ano
é muito tempo sem dizer adeus, então diga adeus para mim essa noite pela primeira vez e pra sempre.
28 de fevereiro de 2013
Presságio.
Segurei
forte tuas mãos, um adeus rápido e um pedido de desculpas.
Te
deixei marcas para lembrar, que por mais que dissesse adeus, não queria te
deixar. Enrolei nas pontas dos meus dedos teus cabelos escuros, teu corpo balançou
levemente, sorri desnorteada ao lembrar-me de tudo que ia perder por te deixar.
Era
preciso que eu saísse dali correndo, mas meus pés estavam colados ao chão e
mesmo que minha mente fugisse para outros mil cantos eu sabia que pra sempre
estaria ali, presa naquele momento.
Eu
sempre odiei tudo que sentia por ti e odiei ainda mais não poder parar de
sentir naquele momento. Porque eu tinha que amar você tanto assim? Porque meu
coração tinha que pertencer a você? Porque eu tinha que te deixar agora quando
tudo que eu queria era me jogar em uma cama com você e passar o resto dos meus
dias ali?
Sentia-me
fora de mim por ter que te deixar, me sentia uma completa idiota, mas não há solução
para o meu imenso defeito de nunca confiar.
Você
me puxou pela cintura e me deu um ultimo beijo, doce e suave. Sorri levemente
quando você distanciou-se um pouquinho de mim. Sorri porque era a ultima vez
que te veria afastar-se e olharia dos teus pés ao topo da tua cabeça, era a
ultima vez que te veria por inteiro em minha frente.
Mas
então você soltou minhas mãos e meu sorriso foi se deteriorando todo.
Então,
antes que meus olhos inundassem completamente eu saí dali, não importava mais
quanto meus pés estavam colados no chão, eu deixei meus sapatos como qualquer
Cinderela fugindo do príncipe.
Era
como não querer ir, mas não poder ficar.
14 de fevereiro de 2013
Last Night.
Ontem perdi meu sono conversando com você por pensamento. Um
monologo criado pra me confortar da dor que todas as mudanças causaram.
Te pedi perdão mais uma vez, esperei ouvir tua voz a me dizer
"Eu te amo", mas eu já a esqueci, assim como esqueci teu cheiro, teu
toque, teu jeito. Esqueci o que mais importava, o quanto te amava.
Meu amor por ti nunca acabou, nunca passou, não morreu. Adormeceu.
Adormeceu no meu peito doente, cansado e sozinho. Adormeceu chorando como uma
criança solitária, como em todas as noites que eu adormeci aos pedaços por te
amar inteiro, quebrado, longe, perto. Por te amar antes e te amar agora.
Queria que você pudesse ouvir tudo o que eu disse e o quanto
eu senti quando ouvi tuas palavras inventadas pela minha mente. Queria que o
orgulho fosse menor para te ligar e sussurrar no silencio o que sempre faltou
ser dito.
Mesmo que tudo tenha mudado, eu volto no tempo e lá nada
mudou. Nos vejo de mãos dadas, vejo meu coração disparado, vejo o meu conto de
fadas, vejo-me implorando para que nunca acabe.
Ainda que teu amor por mim acabe, ainda que morram as
lembranças, se despedacem os sonhos e os restos de esperanças, eu imploro aqui
para que, enquanto meu coração pulse, ele pulse por ti.
Olho nos teus olhos que esqueci, sinto teu cheiro que não
lembro, sinto teu toque não presente e a tua voz inaudível ao pé do meu ouvido
"Escuta amor, enquanto eu estiver nesse mundo nós seremos eternos
namorados" e nesse momento, e para sempre, eu te amo outra vez.